quinta-feira, 8 de outubro de 2009

" Livremente Escravizado "

Outrora , ansiava eu por me libertar de todas as minhas escravidões .
E de muitas escravidões me libertei .
Hoje , anseio por me escravizar livremente ,
Por amor a um grande ideal .
Quanto mais me liberto ,
Tanto mais verifico que há uma liberdade ulterior ,
Que há Everestes para além do meu Himaláia ,
Que minha libertação é uma sinfonia inacabada ,
Uma incessante jornada rumo ao Infinito .
E uma voz silenciosa me diz :
" Escraviza-te por amor a um ideal ,
Por amor a uma liberdade maior " .
Eu desci do zênite da minha liberdade
Ao nadir da mais profunda escravidão ,
De uma escravidão livremente escolhida ;
Fiz-me servo dos servos de Deus ,
Por amor à minha alma semi-liberta
E jamais pleni-liberta .
Tão paradoxal é a mística da minha antidromia ...
Meus amigos meneavam a cabeça em face da minha absurda sabedoria .
Eu , porém , acredito mais num gozo sofrido do que num gozo gozado .
Quanto mais gozo o meu céu tanto mais quero sofrer por um céu ulterior ,
Não tanto por um céu alheio de beneficência filantrópica ,
Como por um céu próprio de benevolência mística ,
Por meu céu de auto-realização ,
Porque eu sei que quanto mais me realizo tanto mais realizável eu sou
E eu não posso atingir a árvore da vida se não passar pela lâmina de fogo vibratório dos querubins .
Texto : Huberto Rohden
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