sexta-feira, 10 de abril de 2009

Deus do céu

Deus do céu ! como andava eu falsificado ! ...
Quão adulterado em mim mesmo ...
Como andava soterrado ,
Pelo ilusório ego humano ,
O meu autêntico Eu divino ! ...
E sobre a base desse pseudo-eu humano
Corria a minha vida diária
Vida de ódio e rancores ,
Vida de cobiças e egoísmos ,
Vida de orgulhos e luxúrias ...
Ao redor de mim havia amigos e inimigos ,
Criaturas simpáticas e antipáticas
Seres dignos do meu amor e do meu ódio
Tamanha era a falsificação da minha vida .
Veio então o sofrimento redentor ...
O grande purificador de todas as impurezas ...
O grande retificador de todas as tortuosidades ...
O grande demolidor de todos os ídolos ...
O grande simplificador de todas as complexidades ...
E , após demolidas as muralhas do pseudo-eu ,
Pela violência desse terremoto ,
Pela veemência desse incêndio ,
Pela crueldade dessa tormenta ,
Pela sangrenta benevolência da dor ,
Eis que ficou em pé tão somente
O meu genuino e autêntico Eu divino ,
O meu eterno e puríssimo Crísto ! ...
Disseram-me então que eu ia morrer ,
Que me sobravam poucos dias de vida terrestre ,
Mas eu nada compreendi dessa línguagem profana ,
Envolto na minha grande sacralidade ,
Porque abolira a morte compulsória de fora
Pela morte voluntária de dentro ...
Antes de ser morto
Eu morrera ...
E esse glorioso morrer espontânio
Me libertou do inglório morrer compulsório ,
Libertou-me do que esse morrer tem de amargo e lúgubre .
Agora sou todo luz e leveza ,
Como um raio solar ,
Como um sopro de Deus ...
E , após essa morte e ressureição de dentro .
Sinto-me seguro e invulnerável .
Nada mais me pode derrotar ,
Nada mais me pode fazer infeliz .
Sinto-me definitivamente remido
De todas as velhas irredenções
Engendradas pelo ego falaz .
Ingressei no reino dos céus ,
Nasci para a vida eterna ...
Aleluia ! ...
Hosana ! ...

Texto : Huberto Rohden
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