quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ASSIM DIZIA O MESTRE !!!


" Quem de vós me arguirá de um pecado ? "
O pecado só é possível na penumbra da ego-consciência , criada pelo intelecto .
Não é possível nas trevas da inconsciência , que envolve o mundo dos sentidos materiais ; nem é possível na luz meridiana da pleni-consciência , que ilumina as alturas espirituais da razão , do Lógos , que em sua forma encarnada , se chama o Cristo .
Nem a inconsciência nem a pleni-consciência conhecem o pecado . O pecado é um fenômeno privativo da semi-consciência . Nem os sentidos nem a razão podem pecar ; nem o corpo nem a alma pecam - tão-somente a inteligência , esse lúcifer do nosso ego mental .
Ora , sendo o Cristo a Razão , o Lógos , o Espírito divino - como poderia haver pecado na zona da impecabilidade ?
Deus é transcendente a tudo e imanente em tudo .
Na sua essência , é Deus totalmente presente e imanente em todas as coisas - mas no plano da manifestação dessa sua essência há grandes diferenças . Deus , embora imanente em cada ser , não se manifesta do mesmo modo em todos os seres .
A sua essência é invariável , mas a sua manifestação é variável . Repetimos :
Deus é inconsciente no mineral .
Deus é subconsciente no vegetal .
Deus é semiconsciente no animal .
Deus é egoconsciente no intelectual .
Deus é pleniconsciente no racional .
Deus é oniconsciente em si mesmo .
Só na zona penumbral da egoconsciência é que é possível o pecado .
O pecado supõe consciência , porém uma consciência imperfeita .
O pecado consiste na ilusão da nossa separação de Deus , ilusão essa creada pelo intelecto .
Somos distintos de Deus , é certo , porque Deus é transcendente a cada uma das suas creaturas .
Mas não estamos separados de Deus , porque Deus está imanente em cada uma das suas creaturas .
Não somos idênticos a Deus nem separados de Deus - mas somos distintos dele , porque somos iguais a Deus pela essência divina universal - e somos desiguais dele pela existência humana individual .
O dualista afirma a transcendência e nega a imanência .
O panteísta nega a transcendência e afirma a imanência .
O monoteísta absoluto , o monista ou universalista , afirma tanto a transcendência como a imanência , atingindo assim a verdade total .
O intelecto separatista nos faz pecar - a razão unista nos redime do pecado .
O intelecto é o precursor da razão - a razão integra em si o intelecto .
Só nos pode redimir o que é remido .
Só o impecável nos pode purificar do pecado .
Ninguém vai ao Pai a não ser pelo Cristo - o Cristo , porém , como diz o quarto Evangelho , é o divino Lógos , a Razão suprema , que se fez carne e habitou entre nós .
Habitou entre nós , historicamente , na pessoa de Jesus de Nazaré - e habita em cada um de nós , permanentemente , na forma daquela " luz que ilumina a todo homem que vem a este mundo ... e dá àqueles que a recebem o poder de se tornarem filhos de Deus " ; porque esse mesmo Cristo do passado está presente em cada um de nós , " eu estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos " .
" Quem de vós me arguirá de pecado ? " - assim poderá dizer todo homem no qual o Cristo interno tenha despertado plenamente , redimindo a egoconsciência pecadora de seu velho egoísmo e penetrando-a toda de amor universal .
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Texto : Huberto Rohden .

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