quinta-feira, 2 de julho de 2009

Após o Egocídio !

Meu era o dinheiro .
Meu era o corpo .
Meu era o intelecto .
Meu era isto .
Meu era aquilo .
Tudo era meu .
Só meu-e de mais ninguém .
E , para constar que tudo aquilo era meu ,
Eu fazia seguros de vida e de bens ,
Assinava , sobre estampilhas oficiais ,
Com firma reconhecida ,
Solenemente carimbado ,
Que isto e aquilo era meu ,
Meu somente...
Tamanha era a insensatez da minha sensatez !
Tão inseguro era eu , que tantos seguros necessitava !
Eu era senhor de tantos " meus " ?
Porque ainda ignorava o meu verdadeiro Eu ,
Que não necessita de " meus " nem de " seguros " .
Identificava-me com meu pseudo-eu ,
Com o meu ego personal .
Que necessita de " meus " e de " seguros " ,
Porque é um pseudo-eu muito inseguro ...
Quem de tudo necessita é um necessitado , um pobre indigente .
Agora , porém , que ultrapassei o meu pseudo-eu ,
Aboli quase todos os " meus " .
Também , para que ainda defender os fortins de " meus " ,
Depois que se rendeu a fortaleza do pseudo-eu ?
Aqueles " meus " só tinham uma razão-de-ser :
Garantir a existência do falso eu .
Mas agora que o falso eu morreu ,
Agora que cometi o arrojado egocídio do ego - para que ainda manter esses velhos fortins ,
Que o ego erguera em sua defesa ?
Para que fortificar ainda o cadáver do ego ?
Naquele tempo , toda a segurança me vinha de fora , da parte desses " meus " .
Hoje , toda a minha segurança me vem de dentro , da alma do meu divino Eu .
E , sob a égide do grande Eu , se sente seguro até o pequeno ego .
Ressuscitou para uma vida nova .
Integrou-se , finalmente , no Eu divino .
Morreu o ego para o ego e reviveu no Eu .
Se o ego não morresse , ficaria estéril ; mas agora que morreu para si , e ressurgiu no Eu
Produz muito fruto ...


Texto : Huberto Rohden
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